terça-feira, 10 de junho de 2008

Poster - Le Mépris (1963)

Considerado um dos pais mais influentes e audaciosos da Nouvelle Vague, Jean Luc Godard apresentou, em 1961, o “Desprezo”. Godard procurava, tal como os todos os realizadores que marcaram este emergente período da história do cinema (Louis Malle, Alain Resnais, François Truffaut, Eric Rohmer), maior liberdade de produção e encenação e, também, uma autenticidade mais acentuada das personagens, afirmando a especificidade da linguagem cinematográfica, a qual se achava então muito agarrada às convenções teatrais.

Devido ao facto de ter sido crítico na mítica revista de cinema Cahiers du Cinéma, podem ser encontradas em “Desprezo” inúmeras referências fílmicas a Chaplin, Griffith, Hawks e Minelli, entre outros. Não é por mero acidente que o já veterano realizador alemão Fritz Lang (“M”, “Metropolis”), faz dele próprio no filme de Godard. Embora seja a partir da personagem de Michel Piccoli que a intriga desperta, é em torno de Camille (Brigitte Bardot) que ela se desenvolve. E o desprezo? É o que Camille sente pelo marido… Este filme é um dos mais inteligentes, sofisticados e visualmente mais apetecíveis do realizador francês.




Pedro Xavier

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